Geografia, eu detestava esta matéria. A professora, D. Elza.
As aulas começaram, era o início da minha 8a série do 1o grau.
A sala tinha gente nova, uma das meninas, Eunice, a Nicinha, uma morena muito bonita, com seus longos e cacheados cabelos negros e seu sutiã de oncinha.
Era mais uma que chegava para se juntar aos que sofriam as implicâncias de D. Elza, como não era nova na escola, é bem possível que a implicância já viesse junto.
Eu não era muito boa em Geografia, não entendia muita coisa, mas nos mapas, tirava total, colorir, fazer aqueles trianglinhos, quadradinhos, bolotas, era comigo mesmo.
Isto nos trabalhos, pois quando chegava dia de prova, malditos trianglinhos, quadradinhos, bolotas.
Não me lembro muito bem, mas a D. Elza devia fazer argüições e quando chegava em mim, talvez eu não respondesse nada e ficava olhando pra ela com cara de ser ou de ver algo muito estranho ou então respondesse algo que não tinha muito a ver com a pergunta. Talvez, também, com a Nicinha acontecesse mesma coisa ou outra.
Não sei muito bem como sucedeu, mas o fato é que a D. Elza nos colocou apelidos, na Nicinha e em mim, avoadora 1 e avoadora 2, não respectivamente, ou sim por causa da Nicinha ser mais velha, mas não tem a menor importância, pois éramos as avoadoras da sala.
Sou da turma do ‘quem não cola não sai da escola’.
Também, não lembro muito bem, se o meu avoadora veio antes ou depois daquela fatídica prova. Estudei, o que não adiantava muito, pois o troço não entrava, pra todo efeito, a cola garantiria, só que desta vez nada adiantou. Fiz a prova a lápis, escrevi algumas respostas, e o resto, nada, em branco.
Dias depois ao chegar em casa, depois da aula, lá estava minha mãe com a prova.
Zero, foi a minha nota, zero vírgula zero.
A mamãe falava sei lá o quê sobre o zero e me mostrava a prova.
Então eu virei pra ela e falei apontando para as respostas em vermelho, olha mãe eu respondi sim, mostrando uma delas.
Daí ela falou, Edelvais isto é a correção, você tirou zero. Foi meu primeiro zero.
Como a noção era aquela coisa variante, hoje olho estes mapas e vejo o continente americano, as Américas, central, do norte e do sul e fico pensando na presunção de como isto começou.
Americanos do sul, do norte e centrais, somos todos americanos, brasileiros, chilenos, venezuelanos, argentinos, porto-riquenhos, cubanos, panamenhos, mexicanos, canadenses e os estadunidenses.
E atualmente me recuso a chamar estes últimos de outra forma, quando não estiverem no todo.
É muito incomodante ouvir e ler pra, quase, tudo quanto é lado se referirem aos eua como sendo a América e ao seu povo como sendo exclusivos norte-americanos ou
simplesmente americanos.
É muito incomodante ver o cara-pálida, se não for o maior, está entre os maiores violentos reaça e desequilibrado, que se tornará ex-presidente cocô de búfalo, dizer ser aquele país o maior do mundo, ou então ouvir numa tal rádio dita jornalística de um talzinho que presta um des serviço aos ouvintes, dizendo da democracia e da liberdade que o país representa, e tal e tal... perguntei, de que país ele tá falando?
Mais que nunca a população dos estados unidos não é senão, desde o primeiro momento, estadunidenses.
Abaixo o imperialismo!
Abaixo a dominação!
Pátrias livres, venceremos!