Moço poeta dos mileumpoemas, e ele conseguiu nestes mil e um
amanheceres nos oferecer sua graça poética.
Aqui vão
o primeiro:
terça-feira, 13 de outubro de 2009
1 - A imagem
no quadro
quadro a quadro
os teus seios
sempre pintavam
em cores reais
enquanto
rabiscavas
o céu de ficção
quadro a quadro
os teus seios
sempre pintavam
em cores reais
enquanto
rabiscavas
o céu de ficção
O, não totalmente do meio, de lá beirando a metade:
500 - Canção de infortúnio para olheiras e guelras
outrora foi o pranto que vazou a garganta
penetrou nas chagas da pele, fez moradia
eternizou-se em montanhas de silencios
essas estranhas correntezas corróem-me
são silvos no meio de tormenta e estrada
cantam comigo o desvario de tantas vozes
outrora foi uma palavra de gesto destituído
compilada na enciclopédia das galáxias
a irromper–se em predicados de gula febril
senhoria de tantos mistérios a quem invoco
em triste cantilena sobre preces e pretéritos
nesta tarde em que se ruflam todos os poentes
Poema para a postagem 500
CANTILENA
às vezes eu penso, ou então não penso.
às vezes cresço por dentro e então digo:
de quem é esta terra mais pequena, aquele
espaço no cabelo mais pequeno tão quando
a tua mão tão na minha? apertá-la é um lugar
muito perto. e digo ainda: quem é a locomotiva
de silêncio? lá fora é dia e a noite é um moinho.
sim, a planta entende as tuas pernas porque canta
nelas. a mão bate na cara, a canção hoje canta!
se alguém me perguntar eu digo que a beleza
é uma garganta toda azul a escorregar no céu.
e falo numa máquina feia de segredar ao ouvido.
quero comer o mar
quero um silêncio assim durante quinhentos poemas
Rui Costa
penetrou nas chagas da pele, fez moradia
eternizou-se em montanhas de silencios
essas estranhas correntezas corróem-me
são silvos no meio de tormenta e estrada
cantam comigo o desvario de tantas vozes
outrora foi uma palavra de gesto destituído
compilada na enciclopédia das galáxias
a irromper–se em predicados de gula febril
senhoria de tantos mistérios a quem invoco
em triste cantilena sobre preces e pretéritos
nesta tarde em que se ruflam todos os poentes
Poema para a postagem 500
CANTILENA
às vezes eu penso, ou então não penso.
às vezes cresço por dentro e então digo:
de quem é esta terra mais pequena, aquele
espaço no cabelo mais pequeno tão quando
a tua mão tão na minha? apertá-la é um lugar
muito perto. e digo ainda: quem é a locomotiva
de silêncio? lá fora é dia e a noite é um moinho.
sim, a planta entende as tuas pernas porque canta
nelas. a mão bate na cara, a canção hoje canta!
se alguém me perguntar eu digo que a beleza
é uma garganta toda azul a escorregar no céu.
e falo numa máquina feia de segredar ao ouvido.
quero comer o mar
quero um silêncio assim durante quinhentos poemas
Rui Costa
E o 1001:
1001 - Balada de tardio encanto
Vivo a permuta dos sonhos:
Sou de junco, barro, poeira.
Entrelaço coisas e destinos
Insinuo rota, sinal, aforismo
Improviso sismos e abismos
Sou inoportuno ao despertar
Espirro reticências e pausas
Camuflo casulos e aplausos
Tenho gosto para relevância
De carpir o leito das palavras
Dar sobrevida a um fino gesto
De montar susto no improviso
Aplaco distancias com o olhar
Alterno preces, coitos, abraços
Revelo as dores na minha pele
Irmano migalhas aos pedaços
Transito entre o que me chega
Ao que desafia sina e sortilégio
Mas nada posso contra o verbo
Vago vazio sem nenhum rastro
PARABÉNS, ASSIS ! ♥
Então, teremos com ele na(o) arvoredapoesia a colher flores, frutos e
sombras em versos, e vez em quando um pouso nos galhos.
3 comentários:
que coisa boa, obrigado, obrigado
beijo
boa, boa escolha...
é bem merecido...
beijinho aos dois
e eu que os guardei em mil e uma secretárias aqui bem dentro do peito. porque há palavras que vão para além da forma; fazem-se da cal com que preenchemos os buracos que se nos abrem no coração.
beijinho, vais!
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