segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sobre o cão - começo pelo animal

As mãos serviram para introdução. Dividi o livro em duas partes, a primeira vai até a página 296, e a segunda vai da 297, quando acontece 'a mudança', até o final.

quem é quem, mas não todos:

Cipriano Algor: oleiro
Marta: filha de Cipriano e esposa do Marçal
Marçal Gacho: guarda interno do Centro
Isaura Estudiosa (Madruga): uma viúva
O cão Achado
o Centro: (?)

A chegada de um cão
(págs. 48, 49)
...mansidão crepuscular, ...
... a terra molhada ...
... a baça cortina de nuvens cinzentas, ...
. A velha guarita do cão estava ali, vazia desde há anos, quando seu último habitante morreu...
. Na entrada escura da casota moveu-se uma cintilação e desapareceu logo, ...
. A escuridão lá dentro era total. ...
. Eram duas as cintilações, dois olhos, um cão, ...
, Há um cão lá fora, ...
, Debaixo da amoreira, na casota. ...
, Tens aí alguma coisa de comer que se lhe possa levar, ...
, Aqui tem, e vá tomando nota de que isto é apenas o princípio. ...

(pág. 50)
Cipriano Algor pôs o prato da comida no chão, recuou três passos, mas o cão não saiu do abrigo, É impossível que não tenhas fome, disse o oleiro, ou talvez sejas um daqueles cães que se respeitam, talvez não queiras que eu veja a fome que tens. Esperou ainda um minuto, depois retirou-se e entrou em casa, mas não cerrou completamente a porta. Via-se mal pela frincha, mas mesmo assim conseguiu distinguir um vulto negro que saía da guarita e se aproximava do prato, e também percebeu que o cão, cão era, não lobo nem gato, olhou primeiro na direção da casa e só depois baixou a cabeça para a comida, como se pensasse que estava a dever essa consideração a quem viera, debaixo de chuva, desafiando a intempérie, matar-lhe a fome.
(A Caverna - José Saramago)

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Estas imagens vieram do site http://www.che80.co.cu/ , na ordem, Antonio Pérez Ñico, Héctor Villaverde e Rafael Enríquez

14 de junho de 1928 nasceu aquele que seria considerado por Sartre 'o mais completo ser humano de nossa época'.

7 comentários:

Anônimo disse...

Vais, desculpe-me pela ausência prolongada; fiquei um tempo fora da blogosfera.

Tenho uma opinião sobre este livro do Saramago, do qual você vem falando: não é o melhor Saramago (que se encontra sobretudo em O evengelho segundo Jesus Cristo e, lógico, noEnsaio sobre a cegueira) mas ainda assim é ótimo, sobretudo porque expõe, entre outras várias coisas, o amor na velhice de um jeito tão bonito como n'O amor nos tempos do cólera do García Márquez.

Tô gostando dessa sua empreitada literária. Um abraço.

Marcelo F. Carvalho disse...

Vais, mergulhe sem preocupações que o livro é Saramago!
Assim como o professor Halem, gosto mais do Evangelho, mas A Caverna é meu "xodó" por n motivos...
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Che, até 2009, vira nome de Escola na minha cidade! Dia 19 vão lançar a Pedra Fundamental da Escola Ernesto Che Guevara!
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Abraço forte!

Jens disse...

Oi Feiticeira Vais.
Bela lembrança do Che. Longa vida ao revolucionário das Américas.
***
Continuo desbravando A Caverna orientado por teus olhos. Legal.
Um beijo. Belos dias.

o refúgio disse...

Saramago, eu já disse que gosto muito mas El Che... amo de paixão! tenho biografia e tudo, falando sobre a revolução lá em Sierra Maestra. E além de todas as suas virtudes humanas o rapaz ainda era lindo, nham nham nham...rsrs. Sabia que uma vez me apaixonei por um rapaz só porque ele se chamava Ernesto e hablava español, rsrs.
Beijos, querida.

dade amorim disse...

Boa, Vais. Vale a pena mergulhar nos textos de Saramago. Há quem não goste (ainda bem, nem tudo agrada a todos), mas pessoalmente - e aí na boa companhia dos professores - acho o homem um geninho da escrita.
Beijo e obrigada pela bela imagem de Che, um herói quase unânime, pelas razões visíveis (lindas) e pelas outras. Che é daqueles que dá inveja nos inimigos.
Beijo

Loba disse...

Já me disseram um monte por isso, mas eu insisto em ter saudades do Che!!!
Muito interessante a sua leitura dA Caverna! Estou relendo com vc e de um jeito diferente.
Beijo, moça

Vais disse...

Olá Professor,
Halem, desse jeito você me deixa constrangida, pedindo desculpas assim, e fiquei sabendo do seu sumiço, tô ligada lá no Ração.
Ó, já li Ensaio... e O Evangelho..., A Cavena pra mim é o melhor,
"detalhe, tinha respondido, e a máquina travou, perdi tudo..."
mas era algo sobre as realidades destes livros, e que a realidade nA Caverna estava bem mais próxima da minha, e de com o Saramago conseguiu transformar em palavras, e por vezes de maneira suave, as tragédias que acontecem na história.
era algo por aí
bom você ter voltado
abração
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Ah! Professor Marcelo,
pode deixar que mergulho sem preocupações.
PARABÉNS pra Escola!
abração procê
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Simpático,
o Che é um sonho muito mas muito dos bons.
É um prazer de você aqui desbravando A Caverna,
continuarei
beijo grande pra ti, levemente enfeitiçado, ahahahahahah
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Sandrinha,
lindo, muito lindo!
beijinhos
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Adelaide,
total concordância, como disse o Jens, Saramago é um Bruxo das, com as palavras.
grata pela visita
e o Che, arrepiante
beijão
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Ei Loba,
por mais que tentem umas gentes por aí, não conseguirão destruir a história de muitos e muitas que lutaram e morreram (muitos) em combate a estas gentes por aí.
Fique à vontade para reler comigo, conosco, né?
beijim

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