Aberração
De segunda à sexta
a procissão segue no subsolo de Venda Nova
Tudo é substituído:
Os andores e velas por carteiras e papéis
As rezas e ladainhas por lamentações
Oras andam, sentam, seguem
Semblantes carregados os levam
Não são seres, são investimentos.
Pobres, jovens e velhos
Crianças correm pelas linhas amarelas
Homens e mulheres
Eles andam, encostam, sentam
Quando chegam ao final
buscam fundos, seguros, bolsas, programas
E quando saem com as misérias nas mãos
Sob o sol, miseráveis outros os espreitam
Em busca dos míseros direitos.
6 comentários:
Pô, Vais, quase posso "sentir" os olhares, tamanha descrição, tamanha profundidade e densa descritiva!
Lindo... Triste...
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Abraço forte!
Aqui em POA também temos a nossa Venda Nova, Feiticeira Vais. É dolorida, comovente e miserável como aí em BH.
Um beijo triste (pois é, a tristeza apareceu de repente).
Seja em Belô, seja em Poa, seja em qualquer lugar, há sempre uma Venda Nova no meio do caminho, no meio do caminho tem uma Venda Nova...
A poesia política de Vais. Belo, moça, belo!
Beijão no coração.
Vais, menina! Acabe de te ler no Marcelo e amei te encontrar lá.
Mas aqui li mais. Que bom que vc resolveu soltar de vez a poesia. Gosto deste seu jeito de poetar, sempre incisiva, sempre assertiva.
Suas letras são fortes, menina. E belas.
Beijocas!
Ei Professor,
ô Marcelo,abração forte pela levada.
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Olá Simpático Jens, beijo procê.
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Saudações Moacy,
e por estes caminhos vai um beijo
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Ei Sandrinha,
beijo grande pra tu Dona Moça
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Olá Loba,
beijo pelas palavras
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