Conhecia esta canção, Negro Amor, na voz de Gal Costa, uma versão de Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti da canção de Bob Dylan, It's All over now, Baby Blue. Outro dia ouvi no rádio cantada por Toni Platão, é o som que vai.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
coisas
Carrego dentro muito
mais que órgãos, sentidos sentidos expressos guardados, soltos comprimidos, mas
não os tomo mais, nem aqueles mensais para as fincadas constantes no baixo
ventre, não mais.
Ah, se pudesse
entender!
Ah, se me dissessem!
Seria tão mais fácil
suportar qualquer dor!
A indiferença é algo
terrível.
Muitas questões não
mais importam, mas, já tiveram seu valor, hoje não mais. No entanto, elas
existiram, existirão e existem, mas não mais a relação. Desencanei, e mesmo na
existência, aqui não mais. (jan/2012)
Novamente queria
entender, porém, nem uma dita ou escrita, só o silêncio. Nem um som nem um
rabisco, nada, tudo no ar parado sem ventos, sem movimentos, sem sombras, um
deserto.
Queria entender. Uma
luz.
Nem o sol nem a lua
em seus brilhos amainam o breu. (fev/2012)
São tantos os motivos!
A escrita cursiva em mais uma das tentativas de exercitar o outro
lado, o oposto, mas a intenção é interrompida, pois a sequência se perde, então
continuo sem razão e penso: teria magoado aquela pessoa? Em que momento? Fico
triste por não conseguir identificar. Estarei tão alheia ou tão absorta que
tudo me foge às percepções?
Ando sublimando sentimentos, porém antes do próximo ato, a
primeira experimentação é dolorida, depois a transferência.
Assistimos ao filme que conta da magia em meios aos marcadores.
Minhas noites são povoadas de sonhos. Nalgumas manhãs acordo e
peço mais cama, parece que passei a noite em claro vivendo e experimentando.
Sonho toda noite e se cochilo, sonho.
Não preciso de espelho para ver minhas costas, posso vê-la em todos os detalhes e que dirá qualquer
outra parte.
Participando ou não, expectadora sempre. De uma cena a outra,
independente das emoções, só olho e nada posso fazer quando me vejo na agonia,
gritando e correndo ao ser perseguida por um cara cheio de ódio, e o que
acontece é eu acordar às vezes gritando ou impressionada.
Tinha sonhos com um primo depois que ele morreu, em um deles me vi
de cabeça cortada, decapitada e ele um anjo, acordei intrigada.
Troco a caneta de lado para continuar, mas retorno, é o exercício,
dou continuidade.
Há anos que ganhei fitas K7 de um colega de trabalho, me deu de
presente com Janis Joplin, The Jeff Healey Band, Neil Young e Jethro Tull. O
tempo passou e nos distanciamos. Não faz tanto, poucos anos atrás danei a
escutar as fitas – vou procurá-lo, mas deixava. Em uma noite sonhei com ele,
estava com uma namorada muito bonita e envolto de uma luz dourada, estava bem e
feliz – tenho que procurá-lo. Liguei para a casa onde vivia com a família e
conversei com a mãe e pedi para falar com ele. E ela, você não sabe? Neste mês
completa um ano que ele morreu. Morreu dormindo. Chorei tanto, e sinto tanto.
Tem uma música, Say Say Say com Michael Jackson
e Paul McCartney, todas as vezes que a ouço me faz lembrar de um sonho antigo, ainda moça e jovem.
Uma
pracinha de uma pequena cidade no interior, uma pequenina pracinha conjugada à
rodoviária da cidade. Nesta pracinha um grande pé de ficus dá sombra aos bancos
de concreto com encosto. Saio de casa, próxima à pracinha, e vou andando em sua
direção pela rua calçada de pedras e já ouvindo, say, say, say que vinha do ar.
Em um dos bancos estava lá um rapaz sentado na parte alta do encosto, não era
um rapaz conhecido.
Não
me lembro se houve chamado ou se fui eu que cheguei, se houve conversas, só
tenho na lembrança o rapaz, a música tocando vinda do ar e o beijo, um único
beijo. E não tenho como esquecer, é só escutar a música. (fev/2012)
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
consolo
Cabeças e dorso, ombros e omoplatas,
colo, tórax. Aconchego. Coxas e pernas entrelaçadas. Braços e mãos na nuca,
no(s) peito(s), na cintura, na barriga. Envolvendo. Por cima, por baixo.
Tocando. Displicente, languidamente, carinhosamente, suavemente, simplesmente.
(nov/2009)
domingo, 12 de fevereiro de 2012
voltas
Metáforas
Eu
um punhado de fina areia
em suas mãos em conchas
O vento vem
As conchas se unem na ânsia de guardar-me
Não adianta...
O vento é forte
Leva a areia fina na passagem
Escorre por entre os dedos
Eu
me vou por entre seus dedos
Mas, se vai...
O vento passa
Uma das mãos em concha segue o rastro
E a outra mão a recolher
Até juntarem novamente
um monte de fina areia
entre suas mãos em conchas
(set/09)
um punhado de fina areia
em suas mãos em conchas
O vento vem
As conchas se unem na ânsia de guardar-me
Não adianta...
O vento é forte
Leva a areia fina na passagem
Escorre por entre os dedos
Eu
me vou por entre seus dedos
Mas, se vai...
O vento passa
Uma das mãos em concha segue o rastro
E a outra mão a recolher
Até juntarem novamente
um monte de fina areia
entre suas mãos em conchas
(set/09)
Oferta
Me dou
Doo
Voo
Vou
Lhe dar
Doar
Voar
Ir
Ar (A!)
Dor
Me
Ser
Só
e
Nhá!
(2009)
algo assim
.
não queria nenhum motivo
naquele momento
não dava
nem podia estar ali
tinha
vinha
pinha
linha
que seguir
como um
rio
fio
nadava
e se soubesse
onde daria
corria muitas léguas
sem partir
nem gás
nem gelatina
nem duro
nem mole
moléculas
tecidos
órgãos
caminhava entre as bananeiras
pulava nas galhas dos pés
e no cimento:
espuma, tinta, palito, borracha...
e voadores
tocando, voando
pousando, voando
não queria nenhum motivo
naquele momento
não dava
nem podia estar ali
tinha
vinha
pinha
linha
que seguir
como um
rio
fio
nadava
e se soubesse
onde daria
corria muitas léguas
sem partir
nem gás
nem gelatina
nem duro
nem mole
moléculas
tecidos
órgãos
caminhava entre as bananeiras
pulava nas galhas dos pés
e no cimento:
espuma, tinta, palito, borracha...
e voadores
tocando, voando
pousando, voando
(2010)
sábado, 11 de fevereiro de 2012
arcos para o carnaval
Porque deu vontade
O ser mulher só chorona é tão complicado, é melhor
estar chorona.
Não tem mais problema todas as contrações faciais,
na verdade: foda-se!
É isso mesmo!
Chorar o tanto que quiser, pode ser um lamento
profundo, depois o alívio. Algo muda.
E é assim mesmo!
Mas... algo muda.
Muda de fala. Pé de vozes.
Quem é quem para dizer algo?
Quase sempre existem as testemunhas.
E como quem será julgado?
Para terminar, depois do alívio, algo muda.
(2003)
*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*♥*
O Som!!!!!!
Legião Urbana - Andrea Doria
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
numa agenda de 2003
Segmentos de reta acompanham curvas no formato dos traços, seguem-se as
figuras geométricas. É a sua marca, seu sinal, a identidade de sua obra.
Gostaria de não pensar no amanhã. Estou um pouco adiantada. Explico que a
página anterior foi arrancada. Saberei em pensamento o dia. Estes escritos
foram feitos nele. É o mistério do que nos vai. Penso em escrever algo maior.
Uma montanha bem alta seria ideal.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
volta às aulas
e aí vamos nós de novo pra mais um ano!
as meninas fofas Liz, Júnia e Elena em seus uniformes
***************************
Um aparte
Minha profundidade é um
tanto quanto rasa. Peço, não peço desculpas por isto, mas lá no fundo sinto,
sinto o ferro em brasa marcando a pele, chamuscando os pelos. Queria não entender,
porém compreendo os fios desencapados que faíscam quando atritados um no outro.
Corrente de informações correntes vão, correm entre as veias, os veios, velozmente.
Estranha. É esta a
palavra.
Que sai por os
orifícios salgando a ferida, defumando a carne ao sol, sêca.
Seca nas fumaças do carvão em brasa que torra,
esturrica. O bafo nos compridos tubos sobe em busca do ar para acinzentá-lo -
quebramos as ligações (não querem ser livres? Então tomem!)
No firmamento os riscos
prateados e os estrondos cegam e ensurdecem, tremem até os ossos.
Dos tufos da formação
gerada caem a cântaros fuligens, fuligens.
Estranha. Uma palavra.
Uma palavra que me define.
(01/02/12)
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