Não sei por quanto nem até quando.
Final de ano passou a ser assim: a chuva antiga pelas janelas dos ônibus, os
olhos colados no vidro embaçado, luzes psicodélicas entre os pingos.
A vela acesa no canto, lá no cantinho
do chão não bota fogo nos panos.
A roupa rasgada e os fiapos que pouco
tampam.
A viola e a guitarra.
O miado do gato.
O uivo.
Nas ruas os olhos das crianças perdidas
entre rugas, lembranças e fios sem cor do que poderia ou deveria.
Como poderia...
Que tanto que deveria...
Aquelas árvores não existem mais, na
raiz aterrada, óleo e fogo no broto que vingaria.
Aquelas tão antigas casas foram
derrubadas e no lugar, templos modernos onde compram e vendem almas. E lá se
vão em caçambas, os escombros talhados olhos bocas e partes.
A chuva desce, a poeira sobe, a
enxurrada leva. Os restos a se misturarem nas bocas-de-lobo.
Faço, ou não faço idéia. Apenas sinto,
animal que sou. Sinto no som, no toque.
Tudo que pode, tudo que deve ou
deveria.
Muchas, muchas grácias por todo.
Beijos nos ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
e muitas delícias.
Saudações em todas as línguas e gestos!
O Som!!!!!!!!!!!!